8 de julho de 2010

Elétrica - Projeto

Quando os eletrodomésticos ainda ensaiavam sua estréia triunfal dentro das nossas casas, a instalação elétrica se resumia a um simples passar de fios e conduítes. Pois novos aparelhos surgiram e se multiplicaram, fazendo com que a importância de um serviço bem feito crescesse na mesma proporção. Ninguém quer que, depois da obra concluída ou do apartamento reformado, a luz continue variando quando o microondas é ligado ou que o chuveiro não possa ser acionado ao mesmo tempo em que a máquina de lavar roupas, sob pena de desarmar o disjuntor e deixar parte da casa às escuras. Como quase tudo numa obra, a hora de evitar esses problemas é antes da construção, no momento em que os projetos arquitetônico e estrutural estão sendo definidos. Afinal, tudo se interliga. A disposição dos ambientes, a área construída, o pé-direito, todos esses elementos têm influência direta sobre o tipo de trabalho a ser feito e do material a ser usado.
Se a hora é de economizar, pense em outros departamentos em que poderá cortar gastos – na instalação elétrica, definitivamente, não é. Um projeto bem dimensionado, alicerçado em materiais de qualidade, evita muito mais que disjuntores desarmando: ele nos poupa de incêndios e de choques elétricos, que podem causar queimaduras e até matar.

Mãos à obra

Ou melhor, ao papel. Este é o momento de elaborar o projeto, determinando quantas tomadas cada cômodo deve ter, onde elas estarão, quantos pontos de luz serão necessários – e qual a capacidade de carga de cada um. Todos os sonhos (um home theater, uma estação de microcomputadores) devem constar da sua planta, ou será difícil concretizá-los sem ter, mais tarde, de quebrar as paredes e redimensionar potências.



Fonte: Arquitetura & Construção

6 de julho de 2010

ORÇAMENTO - Dica como calcular.


Na hora de calcular a quantidade de material a ser utilizada na obra, seja construção ou reforma, arquitetos, engenheiros e técnicos são unânimes: é preciso prever bem as perdas – que ocorrem do transporte ao manuseio. O cálculo evita desperdício e a dor de cabeça de ter de voltar à loja para comprar mais e correr o risco de não encontrar o produto, em falta ou já fora de linha.
A maioria dos especialistas aponta uma margem de segurança de 10%, mas nem todos os materiais aceitam esse índice. "É uma boa margem para tijolos, telhas e blocos de concreto", afirma o arquiteto Carlos Augusto Faggin, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), da Universidade de São Paulo (USP).
Mesmo para aqueles materiais em que a margem é aplicável, existem muitas situações que podem aumentar ou diminuir a quantidade necessária. Áreas com pisos e azulejos estampados, por exemplo, consomem mais peças, pois pedem mais recortes para compor os desenhos. Já as áreas de grande dimensão terão perda menor, pois haverá menos recortes.
São detalhes que podem complicar a obra. Por isso, é bom consultar um arquiteto ou um engenheiro. "É preciso fazer um projeto e discuti-lo bem antes de fazer as compras", diz o engenheiro Nelson Ferraz, coordenador da Divisão Técnica de Gerenciamento de Empreendimentos do Instituto de Engenharia. Confira:

Telhas de barro

Como têm grande variação de tamanho, até de uma região para outra, o cálculo fica mais difícil. O professor Carlos Augusto Faggin, da FAU-USP, dá uma dica bastante prática: monte no chão 1m² com as telhas e veja quantas foram necessárias. Aplique a "folga" de 10% a mais, depois de calcular o total necessário para a área do telhado. Mas é preciso não se esquecer da inclinação do telhado: quanto maior a inclinação, maior será o número de telhas gastas.
O engenheiro Jorge Saback Filho, gerente de Obras de Residências da Archiplanta, faz um alerta: o grande problema das telhas de barro é sua qualidade. Peças ruins terão perda maior e a margem de 10% pode não ser suficiente.

Azulejos

Calcule a área real, isto é, desconte portas e janelas. A Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica (Anfacer) recomenda uma margem de 10% a mais no cálculo. Mas lembre-se de levar em consideração se as peças são lisas ou estampadas – estas têm perda maior, pois será preciso encaixar os desenhos.
Os azulejos são usados em áreas que geralmente requerem manutenção, principalmente por causa das instalações hidráulicas. É bom já calcular uma pequena sobra para estoque de pelo menos uma caixa, para reparos futuros, pois encontrar a mesma tonalidade de cores é quase impossível, mesmo para as peças mais simples, e as cerâmicas saem facilmente de linha.

Pisos

Deve-se levar em conta o tamanho das placas e da área. "Quanto maior a dimensão da placa, maior é a perda", explica o professor Faggin, da FAU. Para peças de até 15 cm, ele recomenda uma margem de segurança de 5%; e para de 30 cm ou mais, de 10%. Em contrapartida, áreas maiores terão perda menor, pois haverá menos recortes. Como no caso dos azulejos, é melhor ampliar a margem de folga se as peças forem estampadas.
Pisos postos em diagonal também têm mais recortes e, portanto, maior consumo, lembra Saback Filho, da Archiplanta. Para áreas com até 10m², o engenheiro aconselha 20% a mais para colocação reta e 35% para em diagonal. Áreas superiores devem ter margem de 10% e 20%, respectivamente. É aconselhável ter um estoque, para manutenção futura, de pelo menos uma caixa. O rodapé, se feito do corte do piso, deve ser calculado separadamente. Saiba que uma placa fará duas unidades de rodapé, pois o "miolo" vai apresentar "rebarbas" indesejáveis.

Tijolo baiano ou de barro maciço

O cálculo depende do tamanho do tijolo e da largura da parede. O melhor é seguir a instrução do fabricante ou fornecedor e aplicá-la sobre a área, lembrando-se do índice de 10% a mais como prevenção. Saback Filho, da Archiplanta, dá uma dica: "Devemos levar em conta toda a área da parede, ou seja, não dar desconto em portas, janelas e outros vãos.”
No caso de uma parede de tijolos maciços que ficam à vista, um ponto importante são os cantos externos. "Alguns fabricantes já fornecem os tijolos cortados para serem colocados nesses cantos, diminuindo assim as perdas", explica o engenheiro.

Bloco de concreto

Tem tamanho variado, portanto ‚ melhor seguir a indicação do fabricante ou fornecedor. O arquiteto Faggin, professor da USP, aconselha aplicar a margem de 10% de sobra.

Cimento

Como tem "vida curta" – começa logo a empedrar –, o principal fator a ser considerado no cálculo da quantidade é o tempo. "Não se deve comprar cimento para muitos dias", explica Nelson Ferraz, coordenador da Divisão Técnica de Gerenciamento de Empreendimentos do Instituto de Engenharia. Segundo ele, é melhor comprar o suficiente para usar em 15 dias, já que nem sempre as condições de armazenamento na obra são as ideais.

Argamassa

Para assentamento de tijolos, a média é de 10 a 14 quilos por metro quadrado e depende do tipo de tijolo. Para uso em revestimento (que tem um tipo específico: o cimento e cola), é de 5 quilos por metro quadrado.

Tinta

O rendimento varia de marca para marca, do tipo utilizado (PVA, acrílica, elástica, etc...) e da quantidade de demãos que serão necessárias para a cobertura perfeita da superfície. O melhor a fazer é consultar as instruções do fabricante contidas no produto e calcular a área a ser pintada (altura x largura) descontando-se os vãos, como portas e janelas. Alguns fabricantes informam uma fórmula básica para descobrir quantos galões de tinta serão necessários. Adote a equação abaixo para tintas, fundos e massas, sem esquecer que o consumo por metro quadrado pode variar em função da porosidade da superfície e da técnica a ser empregada.

Consumo de galões = metragem quadrada X número de demãos rendimento por galão informado pelo fabricante

Para evitar desperdícios, o engenheiro Saback Filho aconselha deixar a pintura para a última etapa. "A pintura é o último passo de uma obra ou reforma, portanto deve ser iniciada apenas quando não há mais nenhum serviço a ser executado", diz. Isso evita a perda com retoques ou outras demãos se houver necessidade de fazer a mudança, por exemplo, de um ponto elétrico.
O professor Faggin tem uma dica para quem for usar cores preparadas em misturadores: é preciso aplicar no cálculo a margem de 10% a mais para não correr o risco de o produto acabar antes do fim da pintura, pois será difícil obter novamente a mesma tonalidade. Esse problema não ocorre com as cores prontas.

O que fazer com as sobras

O material aproveitável pode ser dado a amigos, doado a instituições de caridade ou mesmo vendido a museus e cemitérios de peças.

Fonte: www.planetaimovel.com